Artigo da Revista Crescer sobre estudo científico que demonstra que cesárea marcada aumenta o risco de ter um bebê prematuro.
O parto natural traz menos riscos para mãe e bebê do que a cesárea. Se você for escolher uma cesárea para o nascimento de seu bebê, escolha uma cesárea melhor. Aguarde a data prevista para o parto, que é 40 semanas de gestação ou o início do trabalho de parto.
Pesquisa observa maior número de crianças nascidas com baixo peso em regiões mais desenvolvidas
Estudo comandado por três universidades brasileiras relaciona aumento à elevação do número de cesáreas
Quanto pior as condições financeiras da família, maior o risco do bebê nascer com baixo peso, certo? Um artigo publicado recentemente na Revista de Saúde Pública, desenvolvido por três universidades, surpreendentemente observou o contrário. Entitulado “O paradoxo epidemiológico do baixo peso ao nascer no Brasil” , a pesquisa mostrou que bebês nascidos em regiões mais desenvolvidas no país tem maior incidência de baixo peso (com menos de 2,5 quilos) do que aqueles nascidos em áreas mais pobres. Para chegar a tal conclusão, pesquisadores de três universidades (Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade Federal do Maranhão e USP de Ribeirão Preto) analisaram dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos entre 1995 e 2007.
Tradicionalmente, era de se esperar que, principalmente por conta da dificuldade de nutrição da mãe, as crianças do Norte, Nordeste e Centro Oeste tivessem um peso menor ao nascer, mas não foi isso que a pesquisa concluiu, afirma a Heloisa Bettiol, da USP de Ribeirão Preto, umas das responsáveis pela pesquisa.
A explicação do paradoxo, segundo a pesquisadora, tem a ver com três fatores: assistência perinatal, que faz com que os bebês que provavelmente morreriam nasçam prematuros, portanto com peso menor; aumento do número de gravidez de múltiplos em áreas mais ricas por conta do maior acesso às técnicas de fertilização e, o dado que chama mais atenção, elevado número de cesáreas eletivas (aquelas em que as mulheres escolhem esse tipo de parto). Quando o índice de cesáreas ultrapassa o percentual de 35%, aumenta a incidência de crianças com baixo peso. Isso porque a cesárea em muitos casos costuma ser agendada algumas semanas antes da data prevista para o parto - e é exatamente nesse período que o bebê costuma acumular gordura e ganhar peso.
“Bebês com baixo peso ainda não são uma tendência nacional, justamente porque há o equilíbrio entre lugares mais e menos desenvolvidos. Mas, a medida que o país for tornando-se mais igualitário, e se não diminuírem o número de cesáreas, isso pode virar um realidade”, completa Heloisa.
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14 janeiro 2011
26 janeiro 2009
Nascer Bem
É preciso mais ciência e tecnologia para nascer bem
Graciela de Souza Oliver
O parto natural é no Brasil um evento mais revestido de mitos antigos e modernos do
que de ciência e tecnologia. Raríssimos são os pesquisadores brasileiros que se dedicaram ao
tema como foco real de suas pesquisas, buscando entender o quê propicia o parto natural.
Há sim muitos estudos sobre as patologias do parto e sobre os índices de nascimento
e morte pré-natal nos sistemas de saúde público e privados brasileiros. Por esses estudos
nota-se que, a partir da década de 1980, os índices de cesáreas têm crescido vertiginosamente
no país, indo além do preconizado pela Organização Mundial da Saúde que é de 30%.
Paralelamente a esses índices, crescem também os números de bebês nascidos
prematuramente, em torno da 37ª. semana de gestação, por cesáreas desnecessárias ou
eletivas.
Nesse contexto parto natural (vaginal e sem intervenções) tornou-se algo do passado
ou coisa “de pobre”. Incontáveis são as razões para que a cesárea se perpetue como a forma
mais segura e benéfica de nascer no país, infelizmente. Mas dentro do serviço de saúde
pública e privada de Belo Horizonte podemos ter uma idéia de por que isso acontece.
Em uma dissertação de mestrado defendida na PUC/MINAS em março de 2008,
Mônica Bara Maia conseguiu identificar os impedimentos e limites para que o parto natural seja
compreendido como parto humanizado, tal como foi definido no Programa de Humanização no
Pré-Natal e Nascimento, de 2000, e na Política Nacional de Atenção Obstétrica e Neonatal, de
2005.
O primeiro impedimento à adoção dessas políticas elaboradas pelo Estado Brasileiro é
o modelo de assistência à saúde que é centrado no hospital e no médico. Nesse sistema os
hospitais buscam ser centros de referência em diversas especialidades, por meio do uso de
tecnologia de ponta, e os médicos de ganham por procedimentos realizados no plantão. Nesse
esquema não há lugar para o parto que não necessita de intervenções.
Outras dificuldades citadas para a implementação das políticas de humanização são a
queda na taxa de natalidade, desmotivando a criação de maternidades nos novos modelos, a
disputa da obstetrícia por médicos e enfermeiras obstetras, que atuam perante o parto com
diferentes valores e status profissionais, a diversidade de tipos de instituições hospitalares, que
podem ou não valorizar o parto humanizado por razões distintas do que as intenções originais
contidas nas políticas, a ausência de uma cultura médica que se paute na evidência científica
perante o parto natural, a crença dos médicos de que o imprevisível pode ser sinônimo de
risco, ao invés de individualidade e empoderamento feminino.
Conclui a autora que “A medicina, ao tentar desvendar os enigmas das patologias do
parto, acabou por transformar todo parto em patológico”. Em outras palavras parto normal
ainda será por algum tempo sinônimo de deitar a mulher em trabalho de parto, dificultando a
sua dilatação, fazer uso de ocitocina, aumentando a sua dor, fazendo-a então requisitar o uso
de anestésicos, dificultando ainda mais a sua dilatação, concentração e consciência.
Essa situação, diz Mônica, seria um reflexo de decisões institucionais tomadas
anteriormente, quando, por exemplo, decidiu-se pagar mais ao médico que realiza a cesárea
no início da década de 1970. A entrevistada ainda salienta que a partir dessa mesma data a
cesárea foi tomada como um resgate da dignidade feminina, tamanhas eram e ainda são as
brutalidades cometidas no parto normal hospitalar.
Nesse sentido além de superar esses entraves é preciso unir as políticas de
humanização e as discussões de gênero, perguntando por quanto tempo ainda aprovaremos o
uso da ciência e da tecnologia para cometer verdadeiros atos de violência contra a mulher e o
recém-nascido.
Graciela de Souza Oliver
O parto natural é no Brasil um evento mais revestido de mitos antigos e modernos do
que de ciência e tecnologia. Raríssimos são os pesquisadores brasileiros que se dedicaram ao
tema como foco real de suas pesquisas, buscando entender o quê propicia o parto natural.
Há sim muitos estudos sobre as patologias do parto e sobre os índices de nascimento
e morte pré-natal nos sistemas de saúde público e privados brasileiros. Por esses estudos
nota-se que, a partir da década de 1980, os índices de cesáreas têm crescido vertiginosamente
no país, indo além do preconizado pela Organização Mundial da Saúde que é de 30%.
Paralelamente a esses índices, crescem também os números de bebês nascidos
prematuramente, em torno da 37ª. semana de gestação, por cesáreas desnecessárias ou
eletivas.
Nesse contexto parto natural (vaginal e sem intervenções) tornou-se algo do passado
ou coisa “de pobre”. Incontáveis são as razões para que a cesárea se perpetue como a forma
mais segura e benéfica de nascer no país, infelizmente. Mas dentro do serviço de saúde
pública e privada de Belo Horizonte podemos ter uma idéia de por que isso acontece.
Em uma dissertação de mestrado defendida na PUC/MINAS em março de 2008,
Mônica Bara Maia conseguiu identificar os impedimentos e limites para que o parto natural seja
compreendido como parto humanizado, tal como foi definido no Programa de Humanização no
Pré-Natal e Nascimento, de 2000, e na Política Nacional de Atenção Obstétrica e Neonatal, de
2005.
O primeiro impedimento à adoção dessas políticas elaboradas pelo Estado Brasileiro é
o modelo de assistência à saúde que é centrado no hospital e no médico. Nesse sistema os
hospitais buscam ser centros de referência em diversas especialidades, por meio do uso de
tecnologia de ponta, e os médicos de ganham por procedimentos realizados no plantão. Nesse
esquema não há lugar para o parto que não necessita de intervenções.
Outras dificuldades citadas para a implementação das políticas de humanização são a
queda na taxa de natalidade, desmotivando a criação de maternidades nos novos modelos, a
disputa da obstetrícia por médicos e enfermeiras obstetras, que atuam perante o parto com
diferentes valores e status profissionais, a diversidade de tipos de instituições hospitalares, que
podem ou não valorizar o parto humanizado por razões distintas do que as intenções originais
contidas nas políticas, a ausência de uma cultura médica que se paute na evidência científica
perante o parto natural, a crença dos médicos de que o imprevisível pode ser sinônimo de
risco, ao invés de individualidade e empoderamento feminino.
Conclui a autora que “A medicina, ao tentar desvendar os enigmas das patologias do
parto, acabou por transformar todo parto em patológico”. Em outras palavras parto normal
ainda será por algum tempo sinônimo de deitar a mulher em trabalho de parto, dificultando a
sua dilatação, fazer uso de ocitocina, aumentando a sua dor, fazendo-a então requisitar o uso
de anestésicos, dificultando ainda mais a sua dilatação, concentração e consciência.
Essa situação, diz Mônica, seria um reflexo de decisões institucionais tomadas
anteriormente, quando, por exemplo, decidiu-se pagar mais ao médico que realiza a cesárea
no início da década de 1970. A entrevistada ainda salienta que a partir dessa mesma data a
cesárea foi tomada como um resgate da dignidade feminina, tamanhas eram e ainda são as
brutalidades cometidas no parto normal hospitalar.
Nesse sentido além de superar esses entraves é preciso unir as políticas de
humanização e as discussões de gênero, perguntando por quanto tempo ainda aprovaremos o
uso da ciência e da tecnologia para cometer verdadeiros atos de violência contra a mulher e o
recém-nascido.
05 dezembro 2008
Relato de Graciela
O nascimento da minha primeira filha.
Vou contar para vocês rapidamente como os caminhos foram se fechando no meu primeiro parto. Eu mesma os fechei de várias formas. Serei breve, pois ainda é um tema que me angustia.
Entrei em trabalho de parto, se é que assim podemos dizer, por volta de umas seis da tarde, com contrações de 5 em 5 minutos. Era uma coliquinha, as vezes mais forte, as vezes mais fraca. Meu tampão ficou saindo durante uma semana e no dia anterior tinha saído completamente. Meu esposo ficou tomando nota dos intervalos e lendo o livro Parto Ativo.
Achamos que tudo se desenvolveria naquela noite do dia 12 para o 13 de dezembro. Estávamos muito ansiosos. Avisamos o médico, fomos para o hospital, que era bem pertinho de casa.
Chegamos lá, demos entrada na recepção e o médico nos atendeu. Fez o toque e nada. Os mesmos 1,5 de dilatação da última consulta (a 15 dias atrás).
O último dopler tinha dado tudo ok. Posição cefálica, sem cordões, nenhum problema no coração do bebê, nem com o líquido e placenta. A única coisa era a minha pressão que veio subindo durante a gravidez.
Naquele dia estava com 14 por 9 algo assim... Eu já estava no final da 39 semana. Anteriormente, o médico já tinha me dito que não era bom passar da 39, pois mãe e bebê estariam em risco. Nem eu queria isso. Eu queria mesmo era estar com ela no colo, ambas bem de saúde.
Entre olhares e várias perguntas e várias respostas..., mais de uma hora de consulta. Eu perguntei ao médico se podia esperar mais aquela noite. Pois, segundo ele, se eu entrasse para o centro cirúrgico naquele instante, depois de 30 minutos eu estaria com o bebê nos braços!
Fui para casa já sem dor nenhuma e a noite sonhei que minha bolsa tinha rompido e acordei muito feliz, procurando o lençol molhado. Essa era a minha esperança que algo naturalmente viesse a ocorrer. Simplesmente fomos para o hospital, conforme o combinado do dia anterior, para a cesárea. Já que eu não tinha dado o ar da graça....
Internei e fiquei deitada na cama com soro, sentindo umas contrações opacas. Esquisito. Não sei se ele induziu e me deu anestésico. Disse que pelo ritmo das contrações já era para eu estar sentindo muita dor. Eu não sentia nada. Não me lembro muito também.
Meu esposo esteve presente o tempo todo. E eu realmente tinha muito medo da mesa de operação. Quando sentei na mesa de cirurgia para tomar a injeção nas costas, me deu uma dor. Mas uma dor que parecia que ia me abri no meio. Tive duas dessa.
O médico ainda parou tudo e fez um último toque e tinha mais um centímetro. E agora? Eu pensei. Agora vai assim e me dá logo essa anestesia, eu quero ver meu bebê.
Veja, foi realmente uma escolha minha até a última hora.
Tatiana estava lá em baixão mesmo. Aliás, ela estava fazendo os movimentos necessários. Ela esperava a passagem se abrir muito ativamente. O médico teve que fazer uma força enorme para tirá-la de dentro de mim. Foram duas ou três tentativas sem sucesso. Até que senti uma grande pressão na barriga e costelas. Então, o médico, as enfermeiras, e até eu, imaginando como seria fazer força realmente (me iludindo), fizemos força para baixo para ela nascer.
Eu já estava escutando o choro dela meio abafado. Quando saiu a cabeça, ela berrava imensamente. E assim ela foi tirada de mim às 8 e 36 da manhã do dia 13 de dezembro de 2001. Ela só acalmou quando o pediatra colocou-a perto de mim. Conversei com ela, toquei na sua cabeça, beijei, lambi, chorei...
Ele a tirou novamente e ela chorava muito alto. Depois pedi que a colocassem perto novamente, ela veio e me reconheceu. Perguntei se podia amamentar. Me disseram que não. E assim foi para o berçário. Meu esposo ficou comigo.
Mais nada para fazer, me deu um grande remorso por não estar do lado dela. Por não poder levantar dali e outras más lembranças de operações passadas. Comecei a tremer e a sentir muito frio mesmo, como da outra vez. E logo me apagarm.
Acordei ao meio dia desesperada para dar de mamar. Onde está o bebê? Liga pro berçário e diz para não dar nan... Eu nem mexia as pernas ainda. Comecei a me mover, mas dormi de novo.
Uma hora depois, acordei chamei o enfermeiro e disse que iria de qualquer jeito, me arrastando se fosse preciso. Me joguei na maca e ele me levou. Quarenta minutos depois entra a Tati e sem pestanejar ela agarrou meu peito e mamou muito, muito mesmo.
Eu achava que o parto viria normalmente. Por que e para o que eu precisava me preparar?
O pós-parto foi tenebroso. Fiquei dois meses andando curvada, pois tive alergia ao microporo. Era meu esposo que me virava na cama. Eu não tinha força nenhuma, não ninava meu bebê. Só dava de mamar.
Enfim, juntando os caquinhos dessa mulher que sou hoje, com muita terapia, força interna no lugar certo, com tranqüilidade, resolvemos engravidar novamente. E lá ia eu pelo mesmo caminho, se não fosse uma conversa entre amigos: “Sua médica já falou se vai ser cesárea?” “Quem é ela?” “Você sabe que aqui tem um movimento a favor do parto normal?”
Ufa, esse relato será diferente!!!!
Comentátio da Alex-doula: E como foi diferente! Pedro nasceu de um maravilhoso, vitorioso VBAC (parto natural) e foi direto para o colo da mãe.
Vou contar para vocês rapidamente como os caminhos foram se fechando no meu primeiro parto. Eu mesma os fechei de várias formas. Serei breve, pois ainda é um tema que me angustia.
Entrei em trabalho de parto, se é que assim podemos dizer, por volta de umas seis da tarde, com contrações de 5 em 5 minutos. Era uma coliquinha, as vezes mais forte, as vezes mais fraca. Meu tampão ficou saindo durante uma semana e no dia anterior tinha saído completamente. Meu esposo ficou tomando nota dos intervalos e lendo o livro Parto Ativo.
Achamos que tudo se desenvolveria naquela noite do dia 12 para o 13 de dezembro. Estávamos muito ansiosos. Avisamos o médico, fomos para o hospital, que era bem pertinho de casa.
Chegamos lá, demos entrada na recepção e o médico nos atendeu. Fez o toque e nada. Os mesmos 1,5 de dilatação da última consulta (a 15 dias atrás).
O último dopler tinha dado tudo ok. Posição cefálica, sem cordões, nenhum problema no coração do bebê, nem com o líquido e placenta. A única coisa era a minha pressão que veio subindo durante a gravidez.
Naquele dia estava com 14 por 9 algo assim... Eu já estava no final da 39 semana. Anteriormente, o médico já tinha me dito que não era bom passar da 39, pois mãe e bebê estariam em risco. Nem eu queria isso. Eu queria mesmo era estar com ela no colo, ambas bem de saúde.
Entre olhares e várias perguntas e várias respostas..., mais de uma hora de consulta. Eu perguntei ao médico se podia esperar mais aquela noite. Pois, segundo ele, se eu entrasse para o centro cirúrgico naquele instante, depois de 30 minutos eu estaria com o bebê nos braços!
Fui para casa já sem dor nenhuma e a noite sonhei que minha bolsa tinha rompido e acordei muito feliz, procurando o lençol molhado. Essa era a minha esperança que algo naturalmente viesse a ocorrer. Simplesmente fomos para o hospital, conforme o combinado do dia anterior, para a cesárea. Já que eu não tinha dado o ar da graça....
Internei e fiquei deitada na cama com soro, sentindo umas contrações opacas. Esquisito. Não sei se ele induziu e me deu anestésico. Disse que pelo ritmo das contrações já era para eu estar sentindo muita dor. Eu não sentia nada. Não me lembro muito também.
Meu esposo esteve presente o tempo todo. E eu realmente tinha muito medo da mesa de operação. Quando sentei na mesa de cirurgia para tomar a injeção nas costas, me deu uma dor. Mas uma dor que parecia que ia me abri no meio. Tive duas dessa.
O médico ainda parou tudo e fez um último toque e tinha mais um centímetro. E agora? Eu pensei. Agora vai assim e me dá logo essa anestesia, eu quero ver meu bebê.
Veja, foi realmente uma escolha minha até a última hora.
Tatiana estava lá em baixão mesmo. Aliás, ela estava fazendo os movimentos necessários. Ela esperava a passagem se abrir muito ativamente. O médico teve que fazer uma força enorme para tirá-la de dentro de mim. Foram duas ou três tentativas sem sucesso. Até que senti uma grande pressão na barriga e costelas. Então, o médico, as enfermeiras, e até eu, imaginando como seria fazer força realmente (me iludindo), fizemos força para baixo para ela nascer.
Eu já estava escutando o choro dela meio abafado. Quando saiu a cabeça, ela berrava imensamente. E assim ela foi tirada de mim às 8 e 36 da manhã do dia 13 de dezembro de 2001. Ela só acalmou quando o pediatra colocou-a perto de mim. Conversei com ela, toquei na sua cabeça, beijei, lambi, chorei...
Ele a tirou novamente e ela chorava muito alto. Depois pedi que a colocassem perto novamente, ela veio e me reconheceu. Perguntei se podia amamentar. Me disseram que não. E assim foi para o berçário. Meu esposo ficou comigo.
Mais nada para fazer, me deu um grande remorso por não estar do lado dela. Por não poder levantar dali e outras más lembranças de operações passadas. Comecei a tremer e a sentir muito frio mesmo, como da outra vez. E logo me apagarm.
Acordei ao meio dia desesperada para dar de mamar. Onde está o bebê? Liga pro berçário e diz para não dar nan... Eu nem mexia as pernas ainda. Comecei a me mover, mas dormi de novo.
Uma hora depois, acordei chamei o enfermeiro e disse que iria de qualquer jeito, me arrastando se fosse preciso. Me joguei na maca e ele me levou. Quarenta minutos depois entra a Tati e sem pestanejar ela agarrou meu peito e mamou muito, muito mesmo.
Eu achava que o parto viria normalmente. Por que e para o que eu precisava me preparar?
O pós-parto foi tenebroso. Fiquei dois meses andando curvada, pois tive alergia ao microporo. Era meu esposo que me virava na cama. Eu não tinha força nenhuma, não ninava meu bebê. Só dava de mamar.
Enfim, juntando os caquinhos dessa mulher que sou hoje, com muita terapia, força interna no lugar certo, com tranqüilidade, resolvemos engravidar novamente. E lá ia eu pelo mesmo caminho, se não fosse uma conversa entre amigos: “Sua médica já falou se vai ser cesárea?” “Quem é ela?” “Você sabe que aqui tem um movimento a favor do parto normal?”
Ufa, esse relato será diferente!!!!
Comentátio da Alex-doula: E como foi diferente! Pedro nasceu de um maravilhoso, vitorioso VBAC (parto natural) e foi direto para o colo da mãe.
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